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O Acordo Ortográfico (AO) não foi ainda ratificado por Angola e Moçambique – não por causa do seu acrisolado amor à Língua Portuguesa na sua versão europeia, mas por resistências diplomáticas que até hoje estão a ser resolvidas. Tirando isso, o AO foi ratificado em todos os outros países. Agora, o parlamento terminou sem consenso uma “tentativa de alterar ou aperfeiçoar” o AO – depois de um processo longo, difícil, e cheio episódios ridículos, que vem desde 1990, e que em 2009 foi acelerado de tal forma (uma lei ditou que seria obrigatório em 2011) que qualquer crítica seria recebida como crime político. Como membro do governo, em 2012 eu próprio apresentei a sugestão de introduzir certas correções (algumas consoantes mudas, algumas acentuações), o que era legalmente possível fazer até 2015 – a reação foi intempestiva e entrámos num campo em que ou se aplicava todo o AO ou se suspendia o mesmo. O resultado é um desacordo velado e uma indiferença unânime em relação ao assunto, num processo que provavelmente não devia ter começado. Mas que ocorreu em todas as épocas, de Roma até hoje.
Da coluna diária do CM.
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