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Era difícil, muito difícil, não gostar de Andrea Camilleri (1925-2019), cuja morte, ontem, aos 93 anos, deixa um lugar vazio nas nossas estantes. Falei com ele duas vezes e não esqueço, nem o humor, a graça, a dicção ligeiramente siciliana – nem a perspicácia que nascia daquela espécie de leveza e melancolia, a mesma que emprestou ao comissário Montalbano, herói dos seus livros policiais. Juntamente com o espanhol Manuel Vázquez Montalbán ou o grego Petros Markaris, Camilleri compõe uma espécie de pódio da narrativa policial mediterrânica, com os seus detetives (respetivamente, Pepe Carvalho, Kostas Haritos e Savio Montalbano), as suas obsessões, o seu passado, o seu apetite. As investigações de Montalbano (em livros como A Forma da Água, O Ladrão de Merendas ou O Cheiro da Noite’) giram em redor de casos criminais densos e inesperados, num Itália saborosa mas também amarga e onde por vezes o refinamento dá lugar à escuridão. Eu recomendaria que fossemos à procura dos seus livros.
Da coluna diária do CM.
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