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Já todos nos colocámos essa pergunta: como será o nosso rosto daqui a vinte, trinta anos? Por isso, não estranho o sucesso da aplicação FaceApp, que permite imaginar como seremos “em velhos”. As chamadas “redes sociais” estão inundadas dessas fotografias enquanto a imprensa chama a atenção para o facto de a App, sediada na Rússia, capturar os nossos dados pessoais – como se o Instagram ou o Facebook não o fizessem já. Questões de segurança digital à parte, o que acontece é que uma fotografia de hoje nos é devolvida acrescentada de rugas e cabelos brancos; não sei se as pessoas gostam de se ver a si mesmas, mas a aplicação tem tido êxito, sobretudo quando se usa para ver a velhice dos outros, de Marcelo a Lady Gaga. Por um lado, sugere alguma desdramatização da velhice num mundo que sonha ser eternamente jovem; por outro, transforma-nos em parvinhos, se leva as pessoas a pensar que ser velho é apenas acrescentar rugas num rosto deformado. Há um certo espanto: num minuto, a nossa imagem transforma-se em poeira. Acabámos de perder anos num clique. Brinquem, meninos, brinquem.
Da coluna diária do CM.
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