Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



Ferreira de Castro

por FJV, em 12.07.19

 

Ontem falei da reedição de Fogo na Noite Escura, de Fernando Namora (na Caminho, que tem reeditado alguns dos seus melhores livros, como Minas de São Francisco e Domingo à Tarde), e lembrei-me de Ferreira de Castro (1896-1974), por quem sempre tive grande ternura. A Cavalo de Ferro está a reeditar a sua obra – e é justo. A Selva (de 1930, traduzido para francês por Blaise Cendrars), bem como Emigrantes (1928), Terra Fria (1934) ou A Lã e a Neve (1947), são monumentos do chamado neo-realismo, de que acaba por ser fundador. Ferreira de Castro não era um autor escolar; ao contrário, fez escola – esteve adiante de outros, talvez por ser mais velho, mas teve a seu favor uma experiência de repórter que o ajudou a compor quadros notáveis de grande humanidade. Conhecia a vida humilde e o sofrimento pessoal, e escapou a ambas as condições; a sua obra ressente-se disso, como uma tentativa amarga de sobrevivência. Apesar do peso dessas obras de componente social, guardo simpatia por Tempestade (1940) e A Curva da Estrada (1950), e sorrio com aquela ingenuidade.

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.