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Durante anos, Fernando Namora foi uma espécie de best-seller da pátria. Depois da sua morte, em janeiro de 1989, caiu um manto de silêncio sobre a sua obra e sobre a sua própria figura, tão omnipresentes nos anos 70. Foram cometidas algumas injustiças depois disso – quase todas em nome da necessidade de “esquecer o neo-realismo. De verdade, há três bons romances de época na sua obra: Fogo na Noite Escura, de 1943, Casa da Malta, de 1945 (de que Minas de São Francisco, 1946, é uma espécie de segundo tomo), e ‘Domingo à Tarde’, de 1961. Há na sua lista alguns livros maus (sobretudo quando Namora nos oferece as suas opiniões, igualmente más, em holocausto), mas Fogo na Noite Escura, que a Caminho acaba de reeditar, não está nessa lista – muito pelo contrário. Li-o na minha adolescência e nunca envelheceu, falando de uma Coimbra salazarista, cinzenta, mapa de combates posteriores e de um conflito que Namora lia como um catecismo. Mas seria injusto não o recordar e tê-lo inacessível para leitores de hoje, que não perdem muito se o lerem. Era aquele tempo, era aquela escrita.
Da coluna diária do CM.
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