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Assisti, com profundo interesse, a uma discussão sobre a natureza do cavalheirismo – na qual participavam algumas feministas, pessoas de responsabilidade em “políticas públicas” e gente que, inexplicavelmente, existe. A ideia é a de que o cavalheirismo é uma forma encapotada de machismo e até de abuso sexual, porque, ao agir com educação e donaire, os homens pretendem é passar à fornicação e ao apalpanço e, no fundo, quando seguram a porta para uma senhora passar desejam é submetê-la às suas ordens. O argumento procede. Sou do tempo em que éramos educados a levantar-nos quando uma senhora entrava ou saía da sala (para nos exibirmos), a oferecer-lhe o lugar no autocarro (para a ver melhor), a ajudá-la mudar o pneu do carro na estrada (para demonstrar a sua inabilidade), a não dizer palavrões diante de senhoras (para impressionar as suas mães) e até a cozinhar para elas (para lhes roubar as panelas) ou a satisfazer os seus legítimos desejos e vícios carnais (para que não pensem que somos, afinal, uns inúteis). Dito isto, concordo com as feministas – mas é só por gentileza machista.
Da coluna diária do CM.
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