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Manuel de Brito.

por FJV, em 21.05.19

Só o soube pelo CM: Manuel de Brito deixou-nos aos 68 anos, na madrugada de sábado. Colaborador deste jornal, é como editor que o recordo – e como um homem corajoso, com um grande sentido de humor, uma inteligência maravilhosa. A Contexto, editora que criou nos anos 80, foi o seu lugar de eleição – em redor de livros, rodeado de livros, inventando livros. Lembro a forma como partiu, para Sines, em busca de um poeta então quase desconhecido chamado Al Berto, e como Al Berto nunca esqueceu que foi Manuel de Brito a arriscar tudo para o publicar. Como descobriu Rita Ferro para a ficção, ou Paulo Castilho, ou publicou o primeiro romance de Nuno Júdice, ou a primeira grande biografia de Amália. Ou como lhe devemos a reedição facsimilada das grandes revistas portuguesas do modernismo, livros de Albert Cohen, Leopoldo Alas (Clarín), Helder Moura Pereira, E Tudo o Vento Levou, edições de arte de Agustina, Júlio Pomar, Jorge Molder, Cruzeiro Seixas, Mário Botas – a lista é enorme, pessoal e evoca o gosto do Manuel. Este é um adeus sentido, inesperado e brutal.

Da coluna diária do CM.

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