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Ontem, o CM publicou uma interessante peça sobre o acréscimo de turistas nos cemitérios portuenses de Agramonte e do Prado do Repouso, que fazem parte da Associação dos Cemitérios Monumentais da Europa. Já passeei pelos dois – e por vários outros, em Portugal e lá fora. Os nossos cemitérios são mal cuidados, mal desenhados e, em geral, feitos sem gosto. Não deviam. Há belos cemitérios, na Holanda, em Inglaterra, nos EUA, no Canadá, na Noruega (falo dos que vi); lugares tranquilos e arborizados onde as pessoas vão visitar as suas memórias e as memórias dos que lhes foram próximos. Em Portugal, os cemitérios são abandonados e tememos o confronto com a tristeza e a evidência da morte; compreendo esta, mas não entendo o abandono letal. Recentemente, vi o que sucedeu ao do castelo de Sesimbra, um lugar belíssimo à vista do mar – mas um cemitério desleixado e desprezado, o que é uma pena. A forma como tratamos a morada dos antepassados dá uma ideia dos nossos medos, é certo, mas também do nosso desinteresse pela eternidade e pela mais definitiva das moradas.
Da coluna diária do CM.
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