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Ui, que medo. Na semana passada vi a edição mais recente da revista Men’s Health cuja capa me apresentava os peitorais do deputado Duarte Pacheco. Não sendo fã, tive curiosidade depois de ler uma entrevista em que Duarte Pacheco justificava a exposição do seu físico esmerado, acusando a sociedade portuguesa – preparem-se! – de ser “conservadora”. Esta classificação irrita-me, porque é injusta. Ninguém criticou o deputado Duarte Pacheco por mostrar os bíceps, tal como ninguém criticou a minha amiga Joana Amaral Dias por se fazer fotografar nua. Portugal tem legislação liberal (em graus diferentes) sobre casamento homossexual, uso de drogas, religião, imprensa, educação, internet, costumes em geral. A questão, caro Duarte Pacheco (o seu físico está excelente!), é que ninguém liga especialmente aos comportamentos individuais. E esse “ninguém liga” significa que as pessoas não se chocam com ninharias, adaptam-se com facilidade, têm opinião, e tanto encolhem os ombros quando veem uma tontice como assobiam para o lado quando o assunto não é com elas. Sociedade conservadora, o tanas.
Da coluna diária do CM.
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