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O regime venezuelano, de que Nicolás Maduro é uma excrescência cómica e trágica, só existe porque a esquerda europeia o apaparicou sem reservas, alimentando-o ideologicamente e declarando-o como exemplo do “socialismo do século XXI”. No fundo, o “regime bolivariano” é uma mistura de caudilhismo regional, autoritarismo militar e folclore linguístico. Enquanto havia dinheiro do petróleo, a Venezuela de Hugo Chávez canalizou fundos para partidos amigos e cavalheiros que andavam necessitados de dinheiro para as suas obras pias; depois, falida e destruída, passou a ser suportada por um complexo diplomático que ia da Rússia ao Irão, como contraponto à influência americana (que, como de costume, é hábil a fazer tudo o que não deve fazer). Para a esquerda europeia, o “bom revolucionário” existiria em abundância na América Latina para substituir o “bom selvagem” de outros séculos. O resultado não é famoso, como se está a ver: é penoso e doloroso ao mesmo tempo. Ou Maduro tem o fim trágico de um flibusteiro, como se supõe, ou a agonia venezuelana se prolonga desnecessariamente.
Da coluna diária do CM.
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