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O género da Natureza.

por FJV, em 30.04.19

Todos os anos dou um curso sobre história da literatura policial; um dos temas é “por que razão as mulheres matam melhor?” e diverte-me bastante porque a pergunta tem razão de ser. Agora, soube que o instituto meteorológico inglês (que, felizmente, não é “do mar e da atmosfera”, mas mesmo meteorológico) se preocupa com o nome e o género atribuído às tempestades e furacões. Por um lado, nomes femininos para temporais não mobilizam tanto a atenção do público, que os considera mais amenos; por outro, parece que as tormentas a que foram dados nomes femininos se revelaram mais mortais e destruidores. O estudo não é totalmente patarata; a universidade do Illinois (EUA) diz que, quando se aproxima uma tempestade com nome masculino, as pessoas ficam em casa e protegem-se; quando a borrasca tem nome feminino, tendem a desvalorizar. Ora, as tempestades mais mortíferas em Inglaterra na última década foram a Doris, a Ophelia e a Emma. Mas as autoridades querem ver se há aqui um problema de machismo à espreita, ou de género, como agora se diz. E é capaz de haver, que a natureza é muito tonta.

Da coluna diária do CM.

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