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A história é muito simples. Na madrugada do 25 de Abril, a coluna militar que se dirigia a Lisboa tropeçou nos semáforos perto da Portela e parou porque a luz ficou vermelha. A marcha dos veículos ficou por instantes imobilizada diante de um sinal de trânsito, até que alguém lembrou que se tratava fazer uma revolução e não um exame do código da estrada sob o olhar da Polícia de Viação e Trânsito (era um nome de então). Quarenta e cinco anos depois, já não sei se esta história é verdadeira – tantas vezes ma repetiram (até por Carlos Beato – excelente homem que viria a ser presidente da Câmara de Grândola – que ia na dianteira da coluna) que deve ser. Tal como a do comandante do grupo de fuzileiros que ia tomar a PIDE e que foi bater com modos e educação à porta da polícia sacana (“Venho tomar esta casa em nome da Nação”, disse Miltinho, antes de um antigo camarada de armas, razoável, o mandar para trás). Pois cá estamos nós, quarenta e cinco anos depois, a recordar o semáforo da Portela e a porta da PIDE. Felizmente que tudo se recompôs na altura. É assim que se fazem revoluções.
Da coluna diária do CM.
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