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No “começo da internet”, como no apogeu da cultura televisiva, ninguém – a não ser conservadores contumazes, cavernícolas por feitio ou gente sem apego às maravilhas do mundo moderno, que nem telemóvel se preocupavam em ter – se atrevia a pôr em causa as vantagens dos novos tempos. Elas são enormes e inegáveis, indispensáveis ao nosso modo de vida atual. Mas hoje, que é o Dia Mundial do Livro, convém perguntarmo-nos se perdemos ou não alguma coisa com essas “vantagens dos novos tempos”. Perdemos. Provavelmente, como nos explicam os “especialistas em comunicação” (que nunca arriscam mais do que o seu nariz), nasceram outras formas de leitura e de conhecimento. Há um denominador comum a uni-las: o desprezo a que votam o livro e a leitura aprofundada, demorada e concentrada. Nada que incomode os profetas. No século VI, a regra de São Bento impunha não o direito de ler (que já era um avanço na época) mas o dever de ler: os monges eram obrigados a ler. Hoje, isso passa por ser uma excentricidade monástica. Mas foi essa regra que permitiu a civilização tal como a conhecemos. Lembrem-se.
Da coluna diária do CM.
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