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Amanhã, 23 de abril – Dia Mundial do Livro – decorre em Lisboa a iniciativa Manifesta-te pela Leitura. Um pouco por todo o país, livrarias, bibliotecas e escolas assinalarão a data e vários responsáveis falarão, como convém, de “leitura & cidadania”, e é provável que outras entidades com certo peso declarem, com um otimismo apalhaçado, que se lê cada vez mais, que é necessário defender e promover a leitura e que “nunca como hoje” se leu assim. Como é evidente, trata-se de uma falsidade rocambolesca: o mercado do livro em Portugal perdeu cerca de 30% nos últimos anos (a situação não é diferente de outros países). Simplesmente, uma coisa é perder 30% em relação a milhões de leitores – outra coisa é perder 30% de quase nada. Nesta matéria, Portugal está nos últimos lugares nos estudos sobre hábitos de leitura nos inquéritos do Eurostat. A responsabilidade é de todos (a começar pelas “elites”) mas, sobretudo, da política escolar dos últimos 20 anos, que tem destruído a cultura do livro. Festejar a leitura é um sinal de fé e resistência – mas o desastre é demasiado visível e grave.
Da coluna diária do CM.
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