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Em 1974, pelo 25 de Abril, o top de discos português era dominado por Terry Jacks, um canadiano que cantava ‘Seasons in the Sun’ – uma das canções preferidas de Curt Cobain, o líder dos Nirvana. Mas o autor da versão original (‘Le Moribond’) era um belga, Jacques Brel, e tinha aparecido em 1961, no álbum Marieke, ao lado de canções inesquecíveis como ‘On n’oublie rien’ ou ‘Le prochain amour’. Brel (1929-1978) é o meu cantor, juntamente com Leonard Cohen ou Bob Dylan; nasceu há exatamente 90 anos cumpridos hoje e merece ser ouvido com solenidade e admiração. ‘Ne me quite pas’, ‘La valse a mille temps’, ‘Quand on n’a que l’amour’, ‘Marieke’, ‘Les bonbons’ – a lista de canções de Brel é vasta para tão pouco tempo de carreira e de vida (dedicou-se ao cinema a partir de 1967 –morreu aos 49 anos). Filho da melancolia belga (é o autor da belíssima ‘Le plat pays’), católico e bilingue (francês e flamengo) de Bruxelas, Brel cantou toda a tristeza possível, a beleza, o riso e a ironia. Está sepultado nas suas amadas ilhas Marquesas, na Polinésia, a dois passos do pintor Paul Gauguin.
Da coluna diária do CM.
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