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Lawrence Ferlinghetti fez ontem 100 anos. Falar deste novaiorquino que se estabeleceu em São Francisco (onde fundou a livraria e editora City Lights e foi cabeça de cartaz da geração Beat) é mais do que percorrer um século de literatura. Em Portugal há duas traduções de Ferlinghetti: um ensaio (A Poesia como Arte Insurgente) e uma antologia maravilhosa de cem páginas, Como Eu Costumava Dizer, traduzida em 1972 por José Palla e Carmo. Ferlinghetti é um caso à parte. O seu Coney Island of the Mind (de 1958) vendeu mais de um milhão de exemplares nos EUA, onde é uma espécie de grande decano da poesia, o herdeiro de Walt Whitman. Ferlinghetti é o lado tranquilo desses tempos. Os seus poemas são litanias onde ironia e melancolia nos chamam para cada passagem: “O mundo é um lugar maravilhoso/ para se nascer/ se as pessoas não se preocuparem demasiadamente/ com o facto de a felicidade nem/ sempre ser/ muito divertida.” Ou este começo, inesquecível: “Como eu costumava dizer/ o amor é mais difícil de nascer nos mais velhos/ porque já percorreram/ os mesmos caminhos muitas vezes.”
Da coluna diária do CM.
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