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A Beira, onde estivemos e devemos estar.

por FJV, em 20.03.19

Visitei a Beira pela primeira vez nos anos de repouso a seguir à guerra civil moçambicana, nos anos noventa. Cheguei do Norte, de Nampula e da Ilha de Moçambique, e reconheci na velha cidade um “ar do tempo” e uma extraordinária capacidade de resistência às atrocidades que marcaram esses anos. Construída por gente rebelde que não acatou a ordem da natureza e a enfrentara, erguida contra as areias e os pântanos, a Beira foi sempre uma cidade nobre, altiva e corajosa. E uma bela cidade. As imagens que chegam de Moçambique mostram um rasto de destruição e de vazio: casas que desapareceram, edifícios históricos (incluindo igrejas) que ruíram, ruas que foram engolidas e devastadas, pessoas sem abrigo e sem defesa. Pior do que desolação, trata-se de horror verdadeiro. A princípio, as televisões tentaram passar sobre o desastre – que é imenso, arrasador, medonho. Para quem conheceu a Beira, e o seu litoral, não há palavras que possam mostrar a grande tristeza ou o sentimento de impotência diante daquele sofrimento. É um dever ajudar Moçambique, onde também fomos gente da terra.

Da coluna diária do CM.

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