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A paixão pela educação finlandesa, outra lenda.

por FJV, em 08.03.19

O tempo, esse grande escultor. Evoquemos esse título de Marguerite Yourcenar para falar da entrevista que Tim Oates, especialista de Cambridge em avaliação educativa, deu ao Observador. Um dos temas foi o do ‘milagre finlandês’, uma espécie de paraíso de todos os pedagogos de hoje. Oates disse mais ou menos isto: que duvidava. E que a Finlândia esteve no topo dos inquéritos internacionais de literacia pelo trabalho que realizou durante anos e anis (com avaliação, trabalho, qualidade dos manuais escolares, rigor), e não por causa do que se diz que a Finlândia faz hoje em dia, a começar pelo abandono dos exames e da superficialização do trabalho na sala de aula. Além disso, deu como exemplos o trabalho que se faz em algumas regiões da Ásia. O tempo trabalha devagar. São necessárias décadas para colher os frutos de muito trabalho no sistema de aprendizagem – que não tem nada a ver com os ciclos eleitorais. Provavelmente, o que se diz “que a Finlândia está a fazer” já não é o que tornou a Finlândia um exemplo. Esse é o risco de quem quer mudar o mundo demasiado depressa.

Da coluna diária do CM.

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