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Num dos seus livros dedicados à história dos intelectuais, o historiador Paul Johnson – conhecido tanto pela sua erudição como pela sua verve – faz um elogio aos humoristas: que, sem eles, a vida seria muito mais desagradável e desinteressante; e que o humor é também um espelho de inteligência (e, muitas vezes, de sabedoria). Ora, a verdade é que o mundo está cheio de chatos. Vemos na televisão, por exemplo, gente que passa uma noite a discutir futebol sem um pingo de humor; comentadores incapazes de uma curva flexível no seu ar professoral; exaltados a quem faria bem uma gargalhada – e que, quando riem, arrastam uma casquinada metálica onde o sarcasmo se funde com um certo “desejo de mal”. Gente que não ri é incapaz de humanidade; geralmente são pessoas pouco inteligentes que mascaram o défice neuronal com um ar de pregador amargurado. Levantam o dedinho, praticam uma sobranceria desajeitada ou, pior ainda, simulam a “necessidade de respeitar” (o tal respeitinho) instituições. O humor é uma bênção da inteligência – e uma espécie de atestado que prova a existência da vida.
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