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Houve grande burburinho por causa da nomeação do portalegrense João Miguel Tavares como presidente da comissão organizadora do próximo 10 de Junho; a indignação foi pífia e resume-se a uma espécie de “ele não pertence ao nosso grupo”, acrescido de “só os nossos podem comandar o 10 de Junho”. Por princípio (a data tem uma carga simbólica importante, mas não me comove ao ponte de assistir aos desfiles), não tenho nada contra os anteriores nomeados; mas esta reação contra JMT revela mais do que água no bico: um segregacionismo classista muito típico da política, da academia e do incesto social a que o país se entrega. A ideia de que as comemorações pertencem à mesma gente e geração de sempre (tal como o regime tem os seus proprietários e capatazes comanditados, formados na mesma universidade e frequentando as mesmas amizades) é reveladora do quanto a nomeação de JMT chocou aquelas almas. Pode o país dos priminhos suportar isto? Pode, claro – mas com um nó na garganta inflamada de tanto despeito. A nomeação de JMT foi, por isso, importante para todos. Oxalá faça bom trabalho.
Da coluna diária do CM.
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