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A palavra usada por Rui Rio para desafiar os seus críticos e pedir-lhes que saiam do pobre partido a que preside é “estruturalmente”: “Aqueles que discordam estruturalmente devem sair do PSD.” Rio não sabe o que isso quer dizer. A prova é que, em poucos meses, transformou um partido num saco de gatos, obediente, dividido e incapaz de qualquer coisa notável ou digna de nobreza – e, sobretudo, impreparado para sair do pequeno albergue de gente mediana em que ele talvez gostasse de transformar o país. Acontece que, “estruturalmente”, o PSD – mesmo com os seus pecados, a sua gula, a sua cupidez – sempre teve gestos de grandeza para com os seus críticos internos. E, quando não os teve, perdeu o país (como está a acontecer-lhe). “Estruturalmente”, essa é a verdade, Rio conduz o PSD para o “velho PSD” – espertinho e cauteloso, mostrando que irá aproveitar oportunidades mas que é incapaz de deixar de ser “o outro partido do Estado”, que há-de acabar por querer gerir, ou vigiar (para isso tem lá gente), como uma Junta de Freguesia. “Estruturalmente” é assim que as coisas se estão a passar.
Da coluna diária do CM.
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