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O novo livro de Bruno Maçães, Belt and Road, A Chinese World Order, acabado de publicar em Inglaterra, é um prodígio de informação e de inteligência. Mostra como a China tenciona refazer a economia mundial e as relações culturais através de uma rede de comunicações, influências e ocupação do espaço. A ideia de “transporte” é múltipla, reconstruindo as rotas que há séculos fizeram da seda e da porcelana instrumentos do poderio económico chinês. É esse também o tema do recente livro do historiador Peter Frankopan, The New Silk Roads (já tinha escrito As Rotas da Seda, Relógio d’Água) – onde os caminhos de antigamente levavam a Roma, levam agora a Pequim, que tenta fazer amigos em todo o lado, ao contrário dos EUA (um país cada vez mais isolado). Para Frankopan, este será um “século asiático” (tese de Maçães, em ‘O Despertar da Eurásia’, já publicado pela Temas e Debates) – e cético em relação às virtudes da democracia. Entre nós, o pobre racismo anti-chinês impede-nos de apreciar o nascimento de um mundo novo, perigoso e desconhecido.
Da coluna diária do CM.
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