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Esta semana, aproveitando a luz do sol, fui até Évora Monte; a paisagem é deslumbrante, vista do castelo – a Serra d’Ossa, as colinas que separam Estremoz de Borba ou o pico de luz que se estende até Évora; e, quanto à história, propriamente dita, não preciso de dizer muito – desde as muralhas construídas durante o reinado de D. Dinis até à Concessão de Évora Monte em maio de 1834, encerrando a guerra civil, há sinais que nunca se perderam. E, de facto, lá está a placa, na modesta casa de Joaquim António Saramago, assinalando o restabelecimento da paz. A meio das “férias de final de ano” as muralhas de Évora Monte guardavam um silêncio melancólico (havia mais dois visitantes a caminhar pelas ruas de empedrado) – mas pouco justo para o lugar, que é o da sede inaugural do regime que moldou o Portugal moderno. Sem Évora Monte e o seu acordo honroso, a tragédia da guerra talvez consumisse mais tempo e mais vidas. Por isso, é estranho que tão pouca gente visite estas muralhas, estas ruas e as suas penumbras abandonadas num dos lugares mais simbólicos (e mais belos) da nossa história.
Da coluna diária do CM.
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