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A senhora ministra da Saúde tem um curioso entendimento dos códigos e da Constituição. Por exemplo: não negoceia com os enfermeiros em greve porque isso seria “beneficiar o criminoso, o infrator”, como disse numa entrevista à TSF. É a primeira vez, em democracia, que se estabelece – em direto – uma nova categoria de criminosos no Código Penal. Espero que a UGT e a CGTP comentem. Ao mesmo tempo, teorizou sobre os deveres dos jovens médicos: se o Estado providencia a sua formação, então o Estado deve “retê-los” (a expressão é sua, usada como castigo) algum tempo, para que alguma coisa devolvam, de retorno, como penalização. Para minorar os efeitos dessa retenção, a senhora ministra anuncia que está a estudar carreiras aliciantes. E os que se formam em filologia, arqueologia, química, direito, história dos descobrimentos, ciência política ou, vá lá, meteorologia – irá o Estado proceder “à sua retenção”? Não me parece. Tivesse eles escolhido medicina. A senhora ministra parece-me estar a confundir o país com um protetorado cubano, venezuelano ou salazarista. Salvo seja.
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