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Amos Oz (que morreu na passada sexta-feira, aos 79 anos) era um homem tranquilo, amável, luminoso. Mas era também israelita – o que fez dele um marginal e um pecador aos olhos dos patetas. No entanto, há poucos romances autobiográficos com a complexidade e a beleza de Uma História de Amor e Trevas; e livros como Judas (o pano de fundo é a visão de Cristo aos olhos dos judeus, e o aparecimento da figura maldita de Judas Escariotes), A Caixa Negra, Cenas da Vida da Aldeia ou A Terceira Condição, publicados em Portugal pela D. Quixote, são romances admiráveis sobre a intranquilidade, a memória e a perturbação humanas. Nos ensaios Contra o Fanatismo e Caros Fanáticos, Amos Oz combate os fantasmas que assolam o Médio Oriente, mas também a sociedade ocidental, que não aprende grande coisa com os fanatismos políticos, que venera – e são testemunhos de um observador atento e humanista maravilhoso. Alguma imprensa tratou a morte de Oz como se ele fosse apenas um “ativista” pela paz, deixando em segundo lugar as suas qualidades como grande e notável escritor. É uma pena.
Da coluna diária do CM.
Não sei se os lisboetas conhecem o Jardim Olavo Bilac – mas os diplomatas deviam conhecê-lo: fica defronte do Palácio das Necessidades (e do ministério dos Estrangeiros) e a designação homenageia o carioca Olavo Bilac (1865-1918), falecido há exatamente 100 anos. Imagem do poeta parnasiano, obsessivo com a própria poesia, jornalista e autor de livros escolares, interrompeu os seus estudos de medicina e de direito para se dedicar por inteiro à boémia literária e jornalística. Parecia um andor de versos, admitamos. Mas o que todos devemos a Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac é sobretudo um soneto, intitulado “A Língua Portuguesa”, um elogio brutal da nossa língua e da sua história: “Última flor do Lácio, inculta e bela,/ És, a um tempo, esplendor e sepultura:/ Ouro nativo, que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela...” Não há, na nossa poesia, tirando talvez uma referência de Pessoa e um poema de Vasco Graça Moura, tratamento tão emotivo do tema, em torno da língua “em que Camões chorou, no exílio amargo,/ O génio sem ventura e o amor sem brilho”. Abençoado Bilac.
Da coluna diária do CM.
Houve, ao longo dos anos, vários especialistas em mensagens presidenciais. O problema é que as mensagens eram, quase todas, acompanhadas de outros códigos não escritos. Todos tiveram contra si as manobras de Mário Soares, que controlava os bastidores e influenciava a imprensa (é certo que todos o faziam, mas a agenda de Soares era a mais poderosa); as meteorologias instáveis com que Jorge Sampaio tentava esconder os seus verdadeiros obejtivos políticos; e os aparentes silêncios e tabus de Cavaco, o mais institucional dos três. Com Marcelo, há uma certa euforia permanente, que estraga as contas a todos os conspiradores. É uma responsabilidade acrescida e há quem, à esquerda, não esqueça que se trata de uma co-habitação que não atingirá os picos de tensão de Soares-Cavaco. Na terça-feira, Marcelo lançou um aviso curioso: o de que o clima pré-eleitoral começou muito cedo – ninguém melhor do que o antigo analista político para o perceber. Por detrás da aparente bonomia e dos sorrisos do Presidente, há um sismólogo que não procura desculpar-se das más notícias que pode vir a dar.
Da coluna diária do CM.
Se há instituição cuja vida merece ser prolongada nesta quadra, além da do bacalhau — é a do bolo-rei. Nos últimos anos, bandos de pessoas vagamente ilustradas, cheias de boas intenções nutricionais e com pouca noção das coisas, têm vindo a promover o “bolo-rainha”, uma espécie de bolo-rei sem aquilo que constitui a excentricidade, a falta de regras nutricionais e a explosão de euforias do propriamente dito: os açúcares, as frutas cristalizadas e as pinceladas de glúten. Sim, o bolo-rei não é tão “saudável” como um bolo de milho sem açúcar. Ora, o bolo-rainha é um bolo de frutos secos, que até podia ser de quinoa ou farinha de espelta, e nada obsta a que seja servido em secções de dietética; pelo contrário, o bolo-rei é a apoteose dos sentidos doces, com artifícios, cores e tradição. Há duas casas (a Garrett, no Estoril, e a Petúlia, no Porto) que me abastecem de bolo-rei ao longo de todo o ano. Conservador como sou, assusta-me que as “boas práticas alimentares” sacrifiquem um dos nossos emblemas mais tradicionais. É assim que as nações começam a perder-se. Depois queixem-se.
Da coluna diária do CM.
Hoje, o dia terá apenas uma duração de 9h27 e os astrónomos estabelecem que o inverno chegará às 22h23 – é o dia mais curto do ano. Amanhã, sábado, teremos mais um segundo de luz solar (o pôr do sol ocorre às 17h18m38) – todos os anos há ligeiras mudanças. Haverá coisas importantes a dizer sobre o inverno (os poetas são banais nessa matéria, repetindo-se muito), mas eu prefiro falar sobre o primeiro dia do inverno de 1808, há 210 anos, em Viena: um concerto memorável que havia de ser a despedida de Ludwig van Beethoven (1770-1827) como solista ao piano, e no qual foram tocadas oito grandes peças, incluindo as estreias da Fantasia Coral, uma ária (a notável Ah, Perfido), três dos andamentos da Missa em Dó Maior e ainda duas das suas grandes sinfonias, a 5.ª e a 6.ª (Pastoral). Das seis e meia da tarde até às dez e meia, durante quatro horas – com um pequeno intervalo – a música inaugurou aquele inverno num teatro gelado e cheio de gente, não só celebrando o génio de Beethoven mas também a grandeza interminável da música. Pode ser uma boa maneira de começar este inverno.
As declarações do Presidente da República, anteontem, são das mais importantes do seu mandato. A chamada classe política incumbente não se incomodou por aí além, e compreende-se, porque o PR fala com uma frequência exagerada, comentando quase todos os assuntos e aparecendo em todos os lugares, o que é um mimo para os alvos das críticas. Seja como for, o Presidente disse o essencial: que o Estado (para o qual todos contribuímos e que nos suga o que puder), falhou em Pedrógão, em Tancos, nos hospitais (veja-se o escândalo da ala pediátrica do S. João), em Borba e em Baltar – e que isso gera uma sensação de desconfiança, de desconforto e de incerteza. Veja-se Tancos: ao fim de um ano e meio, ainda não há conclusões definitivas. Veja-se Pedrógão: só diante da lista trágica de mortos o Estado assumiu algumas responsabilidades (a capa do CM de ontem é uma imagem dolorosa). As pessoas sabem que o governo não é responsável pelas calamidades; mas (ironia!) o Estado, que se julga senhor de tudo, sacode a água do capote antes de perceber que não foi em cima dele que choveu. Foi de nós. É sempre.
As irmãs Brontë são um tema literário permanente. Charlotte escreveu o fascinante Jane Eyre, que hoje passa também por ser um romance feminista; Anne deixou Agnes Grey; Emily (nascida há 200 anos, a 30 de julho), compôs O Monte dos Vendavais (Wuthering Heights) – todos escritos e publicados entre 1846 e 1847 –, que não pode ser reduzido à relação entre Heathcliff e Catherine (e Edgar) ou à rede de violência, humilhação, decadência e vingança que persegue a família Earnshaw. É um romance poderoso e sombrio num mundo em que os livros de Jane Austen abriam um clarão de airoso otimismo. Na literatura inglesa, O Monte dos Vendavais é uma explosão de todas as penumbras e confrontos da sociedade vitoriana (visível no filme de William Wyler, interpretado por Lawrence Olivier e Merle Oberon); no romance não há vida eterna para os territórios do amor; a invenção de Catherine Earnshaw e a descrição do sofrimento feminino, ardente e intenso, são momentos únicos. Passam hoje 170 anos sobre a morte de Emily Brontë – que sobreviveu apenas um ano à publicação do livro.
Iossif Vissarionovitch Djugashvili nasceu há 140 anos, a 18 de dezembro de 1878, em Gori, na Geórgia – um aniversário cumprido hoje. De 1922 a 1953, período em que ocupou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética, o destino do mundo dependeu, em parte, deste homem corajoso, violento, inteligente, calculista, frio, um provocador e arrivista antes de chegar ao poder, um ditador implacável depois de o conquistar – e responsável, tanto pela vitória sobre os nazis na frente Leste, como por um regime cruel e desumano que transformou um continente inteiro num campo de concentração e num cemitério de dezenas de milhões de vítimas. José Estaline, para abreviar (adotou esse nome por volta de 1918; usara o de ‘Koba’ nos anos de juventude), ainda faz parte da galeria dos ditadores a quem os seguidores desculpam as purgas, as deportações e perseguições, o gulag, os julgamentos sumários, as várias “limpezas” e condenações à morte e à fome. O “pai dos Povos” deixou atrás de si um rasto de crueldade, heroísmo e traição. É uma figura tão fascinante como absurda.
A senhora ministra da Saúde tem um curioso entendimento dos códigos e da Constituição. Por exemplo: não negoceia com os enfermeiros em greve porque isso seria “beneficiar o criminoso, o infrator”, como disse numa entrevista à TSF. É a primeira vez, em democracia, que se estabelece – em direto – uma nova categoria de criminosos no Código Penal. Espero que a UGT e a CGTP comentem. Ao mesmo tempo, teorizou sobre os deveres dos jovens médicos: se o Estado providencia a sua formação, então o Estado deve “retê-los” (a expressão é sua, usada como castigo) algum tempo, para que alguma coisa devolvam, de retorno, como penalização. Para minorar os efeitos dessa retenção, a senhora ministra anuncia que está a estudar carreiras aliciantes. E os que se formam em filologia, arqueologia, química, direito, história dos descobrimentos, ciência política ou, vá lá, meteorologia – irá o Estado proceder “à sua retenção”? Não me parece. Tivesse eles escolhido medicina. A senhora ministra parece-me estar a confundir o país com um protetorado cubano, venezuelano ou salazarista. Salvo seja.
Estes textos são, na sua quase absoluta maioria, crónicas diárias publicadas no Correio da Manhã.
Nada indicava que um homem formado em matemáticas (foi professor catedrático em Coimbra), ainda que tendo feito o curso da Escola do Exército, saltasse para a política desta forma – mas era uma das estrelas do republicanismo e foi também presidente da câmara de Coimbra antes de ingressar na Assembleia que redigiu a constituição de 1911. Tudo era muito rápido. No mesmo ano, Sidónio Pais é ministro do Fomento e segue-se-lhe a das Finanças até ser enviado para Berlim como embaixador – até 1916, quando Portugal entra na guerra, uma decisão trágica e triste, à qual se opôs. Em dezembro de 1917 depõe Afonso Costa e Bernardino Machado – e inicia a República Nova, tentando “o apaziguamento nacional” mas fora do sistema político em vigor, inaugurando um breve presidencialismo e anulando algumas das leis mais radicais da República. O sidonismo pereceu com ele, exatamente há cem anos, num país paralisado pela pobreza e agitado pela violência: Sidónio Pais, o Presidente-Rei de Fernando Pessoa, um dos nossos mitos mais controversos, foi assassinado a 14 de dezembro de 1918.
Foi uma grande barulheira por causa da “iniciativa” do PAN de mudar os provérbios portugueses que têm a ver com animais. A ideia é muito generosa e, como todas as ideias demasiado generosas, completamente estapafúrdia (além de que é uma cópia da proposta palerma do grupo PETA, uma agremiação americana dedicada aos direitos dos animais). Acresce dizer que os provérbios e expressões populares como “agarrar o boi pelos cornos” ou semelhantes, têm mais de um século de vida – e que não conheço ninguém que tenha atirado um pau ao gato depois de cantar a respetiva melodia infantil. O que aqui está em causa é, antes de mais, uma apropriação indevida dos usos de linguagem – mudar a língua, para mudar os donos da coisa. E assim se cria uma polícia que passará o tempo a vigiar qualquer deslize pecaminoso na imprensa, nos livros e na vida de todos os dias. Esta gente, inspirada pelo seu desígnio divino, é capaz das piores perseguições, por puro prazer – e a medida mais delicada é pôr-nos a comer quinoa com beringela (um desastre). Onde virdes um puritano, encontrareis um inquisidor terrível.
Salvar a Europa. Era esse o plano de Emmanuel Macron – tal como, agora, o do economista, também francês, Thomas Piketty. Macron foi aplicando taxas à classe média mas mantendo a “glória da França”: um Estado poderoso e com uma clientela entrincheirada. Pikétty propõe taxar as grandes empresas e as grandes fortunas – acontece que as grandes fortunas dão o salto para outro continente e as grandes empresas são estrangeiras. Um e outro, mais à direita e mais à esquerda, limitam-se a pensar em nome do desespero, para conservar uma “Europa da solidariedade” que tem os dias contados. Lamento. Que a Europa taxe mais a Huawei, como a Google e a Apple, pode ser justo – mas o centro do mundo mudou-se mesmo. No seu livro O Despertar da Eurásia (Temas e Debates), Bruno Maçães, que acaba de publicar em Inglaterra o novo Belt and Road, chama a atenção não para “o despertar da China” mas para uma nova ordem mundial a partir da China e das economias orientais. Infelizmente, a Europa (a de Macron ou a de Pikétty) não sobreviverá a inventar impostos sobre a riqueza dos outros.
Aleksandr Soljenítsin morreu em agosto de 2008, na Rússia. Expulso da URSS em 1974, provavelmente pensou que nunca voltaria ao seu país – o que aconteceu 20 anos depois, em 1994. Teve sorte; foi expulso depois de ter sobrevivido a combates da II Guerra (duas condecorações), perseguições, prisões (foi declarado ‘inimigo do povo’ em 1945), um cancro e tentativas de assassínio. Um Dia na Vida de Ivan Denisovich, de 1962, em parte autobiográfico, é uma das primeiras denúncias abertas acerca do Gulag e do horror soviético – a que se seguem, depois da prisão, O Primeiro Círculo e O Pavilhão dos Cancerosos, escritos em exílio interno no Cazaquistão e publicados fora da URSS. O Arquipélago de Gulag, a mais violenta descrição dos campos de concentração soviéticos, foi escrito durante dez anos, até 1967, e publicado no Ocidente em 1973 (em Portugal, em 1975), três anos depois de lhe ter sido atribuído o Nobel. Soljenitsín é um grande escritor, com uma prosa de primeira, mas também um historiador daqueles anos de chumbo e opressão. Passam hoje 100 anos sobre o seu nascimento.
Sou um confesso admirador do Sr. Ratelband, o súbdito holandês que quis alterar a sua idade, de 69 para 49 anos. O argumento que usou é pífio, mas confere: se as pessoas podem mudar de sexo ou de género (coisas diferentes), porque não pode ele mudar de idade, ainda por cima quando os médicos garantem que a sua “idade biológica” é de 45? A resposta dos juízes é interessante: autorizá-lo criaria uma espécie de “buraco negro” no registo civil, complicando contas de nascimentos, mortes e casamentos e “os limites legais de idade tornar-se-iam insignificantes”. O tribunal acha que há apenas um nó burocrático, que pode emaranhar-se – não um problema básico de identidade ou de bom senso. Não estou a invocar “as leis da Natureza”, que estão fora de moda e já não são obstáculo hoje em dia. Temos assistido a tantas “vitórias civilizacionais” que não deixaremos que o Sr. Ratelband envelheça ou se sinta traumatizado pela obrigação de aceitar a sua data de nascimento. Isso nunca. Mais uns anos e a coisa resolve-se com uma lei no parlamento. Em nome do “avanço civilizacional” estamos por tudo.
Talvez saber quem foi John Lubbock seja o menos importante para o leitor de Miscelânea de Factos Essenciais e Curiosidades Inúteis do Senhor Lubbock (Objectiva), de Paulo Ferreira. O mais importante é o prazer do conhecimento, o delírio das relações que se estabelecem entre factos aparentemente distantes, o acumular de dados sobre o funcionamento do universo (da criação do mundo às cotações na bolsa ou à astrologia), história de Portugal, o papel do acaso e das contrariedades na criatividade humana (do post-it à penicilina) – e, também, a insuspeita alegria de colecionar explicações sobre banalidades. O hoje ignorado John Lubbock (1834-1913), político, banqueiro, contemporâneo e amigo de Darwin, biólogo, arqueólogo, etnólogo (escreveu cerca de trinta livros, de política a entomologia, economia ou religião), também acreditava que não bastava a uma pessoa contentar-se com uma única vida; assim funciona o livro de Paulo Ferreira: é uma coleção maravilhosa de descobertas que faz os nossos dias mais felizes e a nossa condição muito menos solitária. É um dos meus livros deste ano.
Existe na Europa, como se sabe, uma máquina de fazer fascistas. Os “coletes amarelos” em França e o Vox em Espanha, além de outras partículas, fazem parte dessa cada vez maior “mancha humana” que – em eleições livres – entra nos parlamentos e dá voz e ruído às ruas. Ontem, no Twitter, um amigo espanhol zurzia a sua imprensa indígena por ter dado espaço ao Vox, permitindo a este partido entrar no parlamento andaluz; é uma opinião grave. Segundo depreendo, o ideal é que se estabeleça uma censura que impeça “essa gente” de divulgar a sua opinião nos jornais. Foi assim que os ‘rednecks’ (‘pacóvios’) se esforçaram por eleger Trump; atirados para fora do sistema, votam contra ele. Claro que em França a questão é diferente: os ‘coletes amarelos’ representam o país médio, habituado a salários exigentes e direitos sociais de primeira (a receita que alimentou a classe política urbana durante décadas); forçados a pagar a conta, as multidões respondem, copiando as piores estratégias da esquerda que gosta muito de revoluções. Chamar-lhes fascistas é capaz de não ser o melhor remédio.
Já vi editores caírem na pobreza depois de uma vida consagrada a publicar livros notáveis (coisa que não lamentam, honrados como são). Nunca vi grandes conglomerados da imprensa apoiá-los com vigor em nome da diversidade cultural, do pluralismo e da liberdade. Pelo contrário, vi-os fazerem acordos políticos para estenderem o seu poder para além da fronteira da decência – muitas dessas jogadas resultaram em prejuízo do jornalismo e dos jornalistas e, por extensão, da liberdade de imprensa, do pluralismo e da independência, mas em benefício de estratégias pessoais e dos políticos amigos. Alguns, agora, festejam a ideia de apoios do Estado (e do contribuinte que já pagou a fatura dos despautérios da banca pública e privada que se misturou com os seus interesses) para salvar empresas que conheceram o apogeu, a ostentação, a soberba e a ideia de elegerem presidentes da República ou de andarem de braço dado com o Estado, do qual todos querem depender ou receber comendas. A imprensa precisa de apoio dos seus leitores – mas não de absolvição política, nem de grilhetas amáveis.
Estes textos são, na sua quase absoluta maioria, crónicas diárias publicadas no Correio da Manhã.
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