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Passou o verão, passou a euforia do turismo, e a da “uébessamite” – e regressou o país. A esta distância, compreendo (malevolamente) o ar atarantado das autoridades diante do drama dos incêndios de Pedrógão: como é que “aquilo” podia acontecer no país mais na moda em todo o mundo, o melhor do mundo na bola (vê-se, com os processos judiciais acumulados, abjetos e vergonhosos), o melhor da Europa a receber turistas e personalidades do mundo do espectáculo? As imagens não eram bonitas: desespero, sim, mas também pobreza e desconsolo. A ideia de desconsolo não é “fofinha”; viu-se nas pessoas que de repente ficaram sem casa e sem vida – e nas declarações de políticos interessados em salvar a pele (o Presidente compreendeu bem a “necessidade de consolo”) e que “pareceram” imunes à desgraça alheia, como se governar um país fosse apenas administrar as querelas entre o Chiado e São Bento. O país voltou com a pequena tragédia de Sabrosa e, depois, com a de Borba. Não interessam, para já, as culpas nem as responsabilidades – é o meu país triste que regressa. Nunca deixou de ser assim.
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