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Deve ter sido, naturalmente, a generosidade da personagem – mas para todos os efeitos o papa Francisco classificou a “coscuvilhice” como “terrorismo”. Errou; o Papa caiu na esparrela da tagarelice. Quando queremos chamar a atenção para qualquer coisa, damos-lhe um nome superlativo: terrorismo, arrasar, escândalo, mortífero. O que for, desde que funcione. Por exemplo, o ataque a Alcochete é “terrorismo”, designação que serve o interesse do Ministério Público, porque alarga o prazo de investigação. O que separa este “terrorismo” daquele a que eu próprio assisti no Médio Oriente e a que os leitores assistiram pela televisão em muitos atentados pelo mundo fora, em nome da religião, do patriotismo ou da política? Tudo – a começar pela dimensão e pelo horror do espectáculo. Quando houver terrorismo a sério, o que lhe chamarão? Da mesma forma, a moda de chamar “fascista” a tudo o que não entra no dicionário da esquerda – e que desvaloriza o termo, banalizando-o até à irrisão e irritando os incautos. Quando chegar um verdadeiro fascista, o que lhe chamarão? Cuidado com as palavras.
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