Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Amanhã é Dia de Finados. As novas gerações ignoram o que seja e as famílias de hoje não estão para o lembrar. Dedicar um dia a recordar os que partiram – a visitar as sombras, mesmo que seja triste – é um dever de honra numa civilização que ainda acredita na remota possibilidade de que existe um passado e que alguma coisa lhe devemos. Lembrar os nossos mortos, aqueles de quem algum dia fomos próximos, é prolongar a própria vida – uma vida digna e cheia de memória, de recordações e de legados. Não é necessário acreditar na eternidade nem na “vida eterna” das religiões (uma espécie de existência suplementar e facultativa). O Dia de Finados devia conter também qualquer forma de interrupção na voracidade habitual, uma paragem à beira do caminho. Aqueles que visitam os cemitérios para honrar os seus maiores e a sua memória pressentem essa serenidade: não abandonam nem serão abandonados, não esquecem nem serão esquecidos, não estão sozinhos. Na verdade, é um dia para nos prepararmos para o incerto e para dizer que estamos prontos quando chegar a nossa hora. Um dia por ano.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.