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Fanfarrões.

por FJV, em 30.10.18

Quantos manifestos, abaixo-assinados, declarações, cartas abertas circularam em Portugal acerca das eleições no Brasil? Ilustres conselheiros, académicos de renome, marqueses republicanos, escritores, músicos, artistas de várias filiações, professores, gente que passa férias no Brasil, deputados, cavalheiros conhecidos ou, pura e simplesmente, cultores de samba ou putativos amantes de Chico Buarque, todos eles se desmultiplicaram em apelos sobre a necessidade de derrotar o fascismo nas urnas. Nas chamadas “redes sociais” o assunto tomou proporções dramáticas, e parece que se prepara uma imigração em massa de brasileiros para a Europa e de bravos portugueses para as margens do Araguaia, de onde iniciarão uma guerrilha para expulsar os fascistas de Brasília. Por nenhuma destas cabecinhas, beijocadas e apaparicadas pelas televisões (que emitiram livremente os seus dislates e a sua indignação), passou sequer a ideia de os eleitores brasileiros lhes desobedecerem por pura pirraça. O presidente eleito é um fanfarrão idiota. Mas a coleção portuguesa de fanfarrões é de truz.

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