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Anda por aí um grande sarapatel com as “fake news”. Fazia-nos falta. A Comissão Europeia já lançou o isco: pretende, a prazo, criar uma vigilância sobre textos homofóbicos, sexistas ou xenófobos publicados na imprensa; o governo espanhol, que tem a febre do controle da informação, repetiu a coisa. Em Portugal corre um alarido cómico sobre o assunto, que teve o mérito de fazer sair os censores para fora da toca – dois ou três deputados anunciaram, em surdina, a “necessidade imperiosa” de legislar “urgentemente” sobre o assunto: as “fake news”. Nesse saco, misturam-se notícias falsas com piadas (os burocratas, fascistas e leninistas, têm muita dificuldade em lidar com elas), erros de comunicação, opiniões malévolas e opiniões estapafúrdias, notícias verdadeiras mas nefastas, e notícias nefastas mas verdadeiras. E, claro, a internet. Claro que conhecemos o fenómeno e é preciso denunciá-lo, mas todos nos lembramos de como certo candidato bonzinho aproveitou as “redes sociais” para chamar novos eleitores – e de como agora se torna imperioso fechar o Whatsapp e, creio eu, a internet.
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