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Por motivos familiares, confrontei-me recentemente com essa classe ignorada e fundamental na nossa sociedade: os chamados ‘cuidadores informais’, gente que abdica de quase tudo na sua vida profissional e pessoal para se dedicar a tratar de familiares. Quase sempre mulheres (esposas, noras, filhas, mães), estas pessoas têm pouco ou nenhum apoio para compensar a sua abnegação, entrega, dedicação e perda de autonomia. Substituindo-se à chamada ‘institucionalização’ de familiares dependentes, que deixam de ser entregues ao Estado, os cuidadores são – hoje em dia – um dos pilares da existência do espírito familiar e do seu prolongamento numa época de dispersão e solidão. São mais do que generosas: sendo um elo familiar, em muitos casos abdicam de uma carreira, de vida afetiva, de independência pessoal. A maior parte não desiste nem olha a sacrifícios. Sofrem e assistem os seus familiares em situações de dor e sofrimento. Aprendem a lidar com o sofrimento dos outros e a torná-lo mais suportável. É indispensável que o Estado reconheça o seu papel e sejam valorizados por todos nós.
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