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A Universidade de Manchester tem vindo a habituar-nos a grandes conquistas da humanidade em geral, mas a mais recente é a decisão – da sua associação de estuantes – de banir os aplausos dos eventos promovidos nas suas instalações. Nada de palmas. Nada de oohhh, aaah e quejandos. A partir de agora, os aplausos serão silenciosos, adotando os gestos da linguagem dos surdos-mudos. Bater palmas, diz a associação, pode ser agressivo ou marginalizador para estudantes autistas, surdos ou com problemas sensoriais, e a universidade pretende-se inclusiva; além disso, os aplausos podem desencorajar a participação de pessoas em “eventos democráticos” e ferir a sensibilidade dos que não são aplaudidos ou dos que, sendo aplaudidos, são festejados com aplausos mais ténues. Desta forma, proíbem-se gestos comuns e universais em nome de maior “inclusividade” (a palavra arrepia-me). Virá um dia em que talvez a música seja considerada ofensiva, tal como qualquer manifestação de alegria, qualquer desejo de exceção – tudo em nome de qualquer coisa. O mundo transformou-se num lugar estranho.
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