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Acaba de sair para as livrarias um nova tradução de António e Cleópatra, de Shakespeare (de Rui Carvalho Homem, Relógio d’Água) – uma das notas do caráter da rainha egípcia é o horror que lhe suscitam os portadores das más notícias. Matar o mensageiro é uma expressão conhecida e Cleópatra é apenas um dos exemplos. Há outros. A responsável pela justiça da Comissão Europeia, a checa Vera Jourová, é uma das candidatas – a comissária acha que é necessário “regular os média” para impedir a disseminação de ideias sobre o “abuso racial, discriminação e a ‘má versão do nacionalismo’ que promove a exclusão e o ódio”. Tudo isto são más notícias, certamente; mas a ideia de que os média devem ser, “se necessário”, submetidos a uma regulação específica, abrirá as portas a formas deliberadas de censura e de controle da imprensa. Todos reconhecemos que a “disseminação do ódio” é um mal, mas a criminalização da opinião e a vigilância ideológica dos média abre a porta a todas as outras formas de censura, mesmo quando mascaradas de actos de bondade. Ou sobretudo com essa máscara.
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