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Mapplethorpe.

por FJV, em 24.09.18

A polémica em redor da exposição de Robert Mapplethorpe em Serralves tem sido vista como censura; se isso é verdade, ou seja, se a Administração de Serralves interditou obras devido a conteúdo sexual, incorreu num erro lamentável – mas a administração garante que não o fez. Aguardemos; os subterrâneos que ligam o “poder cultural” e a “arte contemporânea” são sempre flutuantes. O museu não pode interditar obras, substituindo-se às famílias, que fazem o que entendem, incluindo colocar na sala de estar de suas casas um gigantesco pénis fotografado por Mapplethorpe (o autor da maravilhosa fotografia andrógina de Patti Smith). De resto, as “guerras da moralidade” são tão obtusas como as interdições e as “intenções provocatórias” destinadas a chocar as burguesias que apreciam a “arte contemporânea” como subgénero das artes decorativas em geral. Se alguém estrebucha, faz-se escândalo; se ninguém estrebucha, faz-se escândalo na mesma até que a provocação seja tão banalizada que se imprima em t-shirts para oferecer às tias. Quem vai ver obras de Mapplethorpe sabe ao que vai. Aguardemos.

 

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