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Tenho uma grande admiração por Marco Pierre White. Para quem leu a sua biografia, ‘Um Diabo na Cozinha’, ou para quem acompanhou as suas tropelias pela imprensa, o feitio do ‘chef’ inglês (que aparecia amiúde no MasterChef australiano) não é novidade. No mundo do comércio, Marco Pierre White (mentor de vários ‘chefs’ como Ramsay, Blumenthal ou Batali) fez o que tinha a fazer e, como estrela pop, deve ter negociado bem; mas o que mais me interessou foi o seu gesto de, aos 33 anos, recusar as três estrelas Michelin para o seu restaurante londrino – devolvendo-as para “reconquistar a liberdade”. A verdade é que as estrelas Michelin são uma armadilha e acabam por impor um padrão de gosto, de etiqueta e de esquizofrenia – e são um braço armado da política cultural francesa. Agora, o Guia Michelin procurou Marco em Singapura, onde tem o seu novo restaurante, mas o cozinheiro recusou a visita dos inspetores – quer fazer comida à sua vontade. Há uns tempos dizia que preferia comer um pastel de nata no aeroporto de Lisboa do que um menu de degustação. Um tipo livre e de mau feitio.
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