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Ilha de Moçambique.

por FJV, em 18.09.18

Número especial da revista Oceanos, editado por mim.

 

Foi há duzentos anos que a Ilha de Moçambique – mil e quinhentos quilómetros a norte de Maputo – foi elevada ao estatuto de cidade pelo governo português de então, em 1818. A Ilha, que fora entreposto de escravos desde a passagem de Vasco da Gama em 1498 (e até ao século XIX), e primeira capital da então província ultramarina, foi também um

lugar de “cruzamento de culturas”. A expressão hoje banalizou-se, e não quer dizer senão “muita gente diferente”, mas quem captou melhor essa herança foi o poeta Rui Knopfli: “Caminhos sempre abertos para o mar,/ (...) uma lentura / brâmane (ou muçulmana?) durando no ar.” Hindu, muçulmana, cristã, animista ou puro lugar de contemplação – a ilha teve muitos poetas de visita (Camões, a abrir, mas também Tomás Gonzaga, Jorge de Sena, Alberto de Lacerda, Knopfli, Mia Couto, Eduardo White, Luís Carlos Patraquim, Virgílio de Lemos, a lista é vasta) e foi uma espécie de paraíso que sobreviveu às várias guerras, a colonial e a civil (a esta, com dificuldade). É, se me permitem o devaneio, um dos lugares mais belos do mundo. Uma herança luminosa.

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