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Não sei se reconhecem esta argumentação, mas ela assenta em duas frases acopladas: “Ainda não era isto. É outra coisa, mesmo ao lado – mas muito melhor.” Com o fim da URSS ouviram-se muitas vozes defendendo que não se tratara – ainda – do verdadeiro socialismo; por isso é que tinha falhado; por isso e por falta de tempo. Escuso de falar do Camboja (que em poucos anos eliminou milhões de cambojanos nos campos de reeducação), da China, do “modelo albanês”, da pobre Roménia ou da caricata Coreia do Norte. Com o caso da Venezuela era importante reler hoje as grandes declarações de apoio ao “socialismo do século XXI”. Houve entre nós epígonos ilustres que chegaram ao cúmulo de defender Hugo Chávez quando encerrou televisões e fechou jornais. Parte deles repete a lengalenga do “ainda não era isto”. Assisti na Venezuela ao nascimento desta ditadura anunciada e ominosa enquanto, na academia e na imprensa, europeus fartos (quase sempre confortados com dinheiros públicos) defendiam a catástrofe e os “bons revolucionários” que faziam a revolução onde ela não podia incomodá-los.
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