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Recebi seis emails de leitores indignados por ter aqui defendido o direito, da Universidade do Porto, a não proibir uma conferência – creio que sobre alterações climáticas. Na perspetiva dos meus ilustres correspondentes, o facto de achar que não se devia proibir uma conferência (um ajuntamento, uma discussão, um sinédrio, seja o que for), parece que me coloca do lado dos que “deviam ser proibidos”. Ora, haver manifestos contra a conferência, e resposta dos organizadores, e troca de argumentos – contribui para o esclarecimento, o debate e o restabelecimento dos níveis de tensão arterial. Hoje em dia está muito na moda proibir; elites vagamente cultas, letradas, certinhas, educadas em liberdade, costuma apelar à proibição disto e daquilo com argumentos morais, políticos e, pasme-se, éticos. No velho Speakers Corner de Londres, antes da internet, a polícia velava não para impor o respeito pela ordem estabelecida – mas para que ninguém interrompesse os oradores, que normalmente diziam coisas estapafúrdias sobre os políticos, a Rainha, a ciência e a moral. Civilização.
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