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Ninguém, ai de nós, está contente com a imprensa. Tanto ela publica notícias desagradáveis (publica), como tem ‘alinhamentos’ (tem) ou o hábito de desdizer o palavreado dos poderosos ou dos incensados. Fradique Mendes, o personagem heterónimo de Eça, afiançava que o senhor arcebispo de Paris detestava “essas folhas impressas que aparecem todas as manhãs”; os primeiros-ministros que telefonam aos jornalistas concordam com o arcebispo. Claro que quem se afeiçoa ao poder que detém na imprensa acha que tudo o que se publica de negativo “é uma conspiração” (veja-se o BE, que ainda hoje não percebeu o “caso Robles”); e quem a desejava como pau mandado fica frequentemente desiludido. A verdade é que quem vai à guerra não pode esperar que lhe respeitem as trincheiras. Ontem, por exemplo, o PSD reagiu no Twitter a um texto que lhe não agradou, aproveitando para identificar o nome da jornalista, ironizar sobre a notícia e, depois de uma temporada no mausoléu, despertar com uma tuitada – como se sabe, muito depressa se descobre um Trump no Campo Alegre, como diz um provérbio anónimo.
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