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Não sei se isto acontece com regularidade mas valia a pena fazer um estudo comparativo sobre gente com responsabilidade política, pública e até governativa, que tem “suscitado dúvidas” sobre o seu currículo. Espanha, Itália, Alemanha, naturalmente Portugal – há algures um mestrado que não se frequentou, um cargo que não existiu, um artigo que não se escreveu, uma universidade onde não se esteve. Por um lado, infantilidade pura: com os meios de hoje, é fácil verificar um currículo e transformar uma dúvida numa nódoa persistente e à vista de todos. Por outro, mais infantilidade ainda: falsificar, embelezar ou engordar um currículo é coisa de flibusteiro, ou de um pavão que não resiste à vaidade da mentira. E uma deslealdade de todo o tamanho. Será coisa geracional? Também; há sempre quem queira um mestrado para pendão da genealogia. Antes da net era mais difícil encontrar as falhas; depois, é menos difícil mentir – e fácil ser descoberto. “Grande coisa, ter um curso!”, dizia o nobre Vilaça, de Os Maias, na festa de formatura de Carlos Eduardo em Coimbra. Outros tempos.
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