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A história do ViaCTT é exemplar para ver como o Estado se julga no direito de modelar a vida dos cidadãos de acordo com a sua paranoia. Para abrir o século XXI, o Estado quis facilitar a vida aos cidadãos e oferecer-lhes uma caixa de correio eletrónico, o ViaCTT – que funcionava mal e era de acesso mais penoso do que qualquer email de outros provedores. Como se tratava de “democratizar” a net, todos teríamos o mesmo serviço de email (um mimo para quem quisesse ou vigiar ou torpedear o serviço), coisa que o fisco aproveitou: era preciso ter uma conta ViaCTT para receber notificações. Ninguém ligou; não só o ViaCTT não funcionava bem, mas também porque os cidadãos escolheram e usavam a sua conta de email. Passados anos – agora –, o absurdo foi total: os cidadãos que não tivessem ViaCTT seriam multados. No passado, os funcionários públicos tinham de ter uma conta na Caixa – e pagamentos a instituições públicas só com um cheque da Caixa. Porque não um email? O governo recuou ontem (quem não quiser ViaCTT não é multado), mas a pergunta fica: e todos vestidinhos da mesma maneira?
[Da coluna no CM]
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