Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O racismo de Einstein.

por FJV, em 14.06.18

Parece que Einstein não achava atraentes as mulheres chinesas. Ao ver o retrato da Jiang Qing, a última mulher de Mao Zedong, eu concordo; já Luo Yixiu, a primeira, era bonita. Não me pronuncio sobre as outras duas. A revelação sobre Einstein vem numas páginas inéditas do seu diário consagrado a uma viagem ao Oriente. Para o organizador da publicação, esse fragmento demonstra o racismo de Einstein contra os chineses, por oposição à sua benevolência a propósito dos japoneses ou dos cingaleses: “Seria uma pena se esses chineses suplantarem todas as outras raças.” A acusação de racismo é uma arma potente hoje em dia; basta, aliás, mencionar-se a palavra ‘raça’, como o faz Einstein em 1922. A acusação (vem no ‘Guardian’, claro) é absurda, mas junta-se-lhe pior, a de “não ser sensível ao outro” (acontece que “o outro” é uma invenção recente, do pós-guerra). Estas ideias sobre Einstein são publicadas pelo CalTech, uma das mais poderosas universidades americanas, o que dá uma ideia de como a estupidez se espalha com facilidade, julgando Einstein (morreu em 1955) com as ideias de hoje.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

Um romance sobre outro romance, e a CIA.

por FJV, em 14.06.18

O livro só será publicado em 2020 e o título, ‘We Were Never Here’ (‘Nós Nunca Estivemos Aqui’), de Lara Prescott, não dá a ideia do que trata: é um romance sobre outro romance, ‘Doutor Jivago’, que valeu ao poeta Boris Pasternak (1890-1960) um Nobel que a URSS não o deixou receber (publicado em 1958, mas em Itália, curiosamente por um editor comunista, esteve proibido até 1989 pelas autoridades de Moscovo). O romance de Lara Prescott  mostra, através de documentos desclassificados recentemente, como a CIA conseguiu introduzir exemplares de ‘Doutor Jivago’ na URSS – por alguma razão, durante a década de 60 pensava-se que a literatura, especialmente com os seus bons livros, podia ajudar a mudar as sociedades e, sobretudo, a vida das pessoas que os liam. A história assenta muito na relação entre a musa de Pasternak, Olga, a secção de dactilografia que a CIA terá envolvido nesta missão; ambas vivem, cada uma no seu lado dos muros e fronteiras da época, uma tensão de beleza e perigo. No fundo, é isso que dá (ou dava) força à literatura e às suas grandes obras. Já terá acabado esse tempo?

 

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.