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Ao contrário dos “patriotas” que choram a emigração de hoje, eu compreendo-a. Desde o século XVI que ela é um protesto permanente contra Portugal, contra a penúria e a pobreza (na minha aldeia, emigrou um quarto da população nos anos 60); foi assim até ao final dos anos 70. E desde 2011, quando os números dispararam, que é também uma sequência da abertura dos mercados de trabalho europeus, da globalização da economia e da liberdade de movimentos “de pessoas e bens”. Desde então nasceram várias iniciativas “patrióticas” e folclóricas para trazer de volta pessoas que estão noutros países (dentro e fora da UE, maioritariamente entre os 20 e os 30 anos, alguns deles já com Erasmus no currículo) a ganhar o dobro ou o triplo do salário, a cultivar-se, a ganhar mundo e a experimentar viver de outra maneira. O primeiro-ministro aposta em trazê-los de volta, mas creio que não sabe como (há um programa, de 2015, que o PS chumbou) – ou se isso é possível num país que tanta gente exportou. Lamento pelos “patriotas” mas há coisas que se estudam na História de Portugal. Espalhai-vos.
[Da coluna no CM]
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