Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Amanhã, 5 de maio, assinalam-se os 200 anos do nascimento de Karl Marx. Não houve, no século XX, filósofo tão citado, plagiado, estropiado ou banalizado – uma espécie de saco sem fundo onde os movimentos comunistas encontraram, não uma teoria da história ou uma teoria do valor económico, além de um exemplo de militância política, mas uma religião laica e acima de toda a suspeita, que sabe tudo sobre tudo. Marx na economia e na teoria da história – mas também na psicanálise, na literatura, em todos os meandros por onde se caminhasse ao longo de um século e meio. Um inquérito realizado agora nos EUA diz que 200 mil estudantes universitários (de filosofia como de economia ou história da arte, mas suponho que também psicanálise) se declaram marxistas. Li o essencial de Marx para o que me interessava; sobrevivi sem grande esforço, porque havia nele o esplendor de um otimismo histórico que a realidade não confirmou, mas que não deixou de alimentar tanto pensadores sérios como trafulhas encartados. 200 anos depois Marx está no seu lugar, apesar dos seus seguidores religiosos.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.