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Giovanni Guareschi, ou Giovannino, já não faz parte da educação da adolescência ou da história da televisão, e compreende-se: os seus livros estão esgotados há muito, fazem parte de um mundo que só os mais velhos conheceram – onde, apesar do confronto e do conflito, havia uma ponte de humanidade. Guareschi era católico e anti-comunista, passou parte do pós-guerra italiano a rir dos comunistas e dos democratas-cristãos (fundou uma publicação satírica, Candido, que o levou à prisão porque, honrado, se recusou a ser indultado pelo regime), e criou duas figuras maravilhosas que passaram dos seus livros para o cinema: Don Camilo, um padre anti-comunista de uma vila rural (no cinema representado por Fernandel, de quem daqui a uma semana se assinalam os 115 anos do seu nascimento), e Peppone, o dirigente e presidente da câmara comunista. Entre os dois há briga, guerra, violência – e amizade, respeito. São os dois inimigos da Guerra Fria num microcosmos cómico. Guareschi completaria amanhã 110 anos; morreu aos 60, em 1968. Rindo, certamente. Vejam os filmes, leiam os livros.
[Da coluna no CM]
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