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O deputado Paulino Ascensão, do Bloco de Esquerda, é uma espinha cravada na garganta do Parlamento. Enquanto os outros deputados apanhados na teia das “viagens não pagas mas retribuídas” recorrem ao expediente legal dos pedidos de parecer à subcomissão de Ética (uma pessoa escreve Ética, e lembra-se ilegalmente de Espinosa) e outros argumentam que o procedimento é, no fim de contas, absolutamente legítimo, a opinião pública descobre que, afinal, há manigâncias no Parlamento. Pode até acontecer (e acontece, de facto) que o deputado Ascensão já antes tivesse programado abandonar S. Bento e, em conformidade, tenha aproveitado a oportunidade para dar uma lição de ética com aquilo que é, afinal, uma manobra política. Mesmo com essa manobra política (“Eu saio porque pequei.”), Paulino Ascensão não deixa de ter pecado – apenas aproveita a decisão de sair para agitar a bandeira da lisura e da honestidade. Pode ser. Mas, no atual estado de coisas, de desconfiança e de suspeita, é preciso que alguém a agite de qualquer maneira. Nem que seja para tudo ficar na mesma. Mas à mostra.
[Da coluna no CM]
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