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Não está escrito que o futuro trará mais liberdade. Não estou a pensar apenas nas modernas autocracias, fingidas de ‘constitucionais’ ou apenas de ‘democracias iliberais’. Também menciono o caso Facebook (FB). Mark Zuckerberg está agora escolhido como o inimigo n.º 1, uma espécie de bode expiatório para lamentos sobre populismo, manipulação e invasão da privacidade dos utilizadores da sua plataforma. Durante anos, um grupo de maluquinhos alertou para esses perigos – a manipulação estava à vista, não apenas no FB, mas em muitas outras. Acontece que ninguém obrigava os maluquinhos do outro lado (utilizadores do FB) a ceder os seus dados pessoais a uma máquina que procurava saber tudo sobre nós. O que acontece quando alguém sabe tudo sobre nós, desde a data de aniversário até aos gostos pessoais, hábitos sexuais e relações de amizade? Constrói uma humanidade à parte, controlada e vigiada, cujos dados se vendem a governos e a empresas. Foram os próprios cidadãos que, de livre vontade e com orgulho, cederam a sua identidade. O FB pode ser um monstro, mas foi alimentado por patetas.
[Da coluna no CM]
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