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Mais companhias e mais projetos foram apoiados depois do reforço avulso de verbas anunciado ontem. E mais serão, entretanto. O que significa que o susto político há de passar – até ao próximo. No entanto, o problema continuará sem ser atacado enquanto não existir, da parte da escola sobretudo, uma preocupação central em fomentar a educação artística e a educação para a cultura. É certo que alguma coisa já ela faz, graças a alguns professores (visitas ao teatro e aos museus, por exemplo) e apesar da indiferença da chamada “política educativa”, que não vê necessidade de introduzir a música clássica ou a história da arte e dos movimentos culturais nos seus currículos. Isso permitiria aproximar os nossos adolescentes da fruição da arte, ou da música, ou do cinema (o nascente Plano Nacional do Cinema foi desmantelado), e ajudá-los a prevenir as “fraudes culturais” na idade adulta. E, ao mesmo tempo, mostrar-lhes que “a cultura” não se faz com as pessoas “da cultura”, mas com “um certo olhar”, construído ao longo dos séculos, sobre as coisas do quotidiano. Isso leva anos.
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