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O destrambelhado e maravilhoso romance de Jarett Kobek, Odeio a Internet, publicado em janeiro passado, é uma premonição destes tempos amargos do Facebook, das chamadas “redes sociais”, da explosão das notícias falsas e da manipulação de dados e identidades. No romance, as personagens debatem-se com a perda de privacidade à medida que vão compreendendo que são parte de um negócio nebuloso por parte dos gigantes digitais; mas na vida real as coisas são ainda mais amargas, obscuras e perigosas. A privacidade está posta em causa (vejam o caso Snowden, de que resultou um mau filme, mas muito educativo); o nosso trabalho aqui, no jornal, é desvalorizado por esses colossos que vivem de sugar a propriedade inteletual e explorar – sem pagar – os conteúdos produzidos para a edição em papel. Como os leitores imaginam, depois de alguns anos a alertar para os perigos dessa coisa maravilhosa que é a internet, o alarme social destes dias, contra o Facebook, não surpreendeu: nesse mundo somos instrumentos apetecíveis, manipuláveis apesar da nossa resistência. É uma lição sobre a liberdade.
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