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Umas almas cheias de arte & cultura escandalizaram-se porque o Facebook (uma plataforma que mostra por que o género humano é como é) censurou os seios no quadro A Liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix (1798-1863), tal como já tinha censurado a Vénus de Willendorf, uma estatueta de calcário com 11 centímetros de altura e com 25 mil anos de idade. A culpa não cabe ao Facebook, que se limitou a fazer na sua página aquilo que museus, câmaras municipais, governos, universidades, estudantes palermas, radicais avariados dos neurónios e empresas públicas fazem por todo o mundo: censura. A diferença entre o Facebook e essa galeria de papalvos é que a “rede social” não analisa as peças uma a uma, utilizando um algoritmo que lhe permite fazer o trabalho por atacado. O metro de Londres censurou Boticelli. Um museu de NY foi instado a censurar Balthus. Estudantes da universidade de Colúmbia, NY, censuraram Henry Moore. Tudo em nome de princípios nobres, o que é mais assustador e imbecil. Este é o mundo em que vamos viver enquanto esta canalha pateta e moralista andar à solta.
[Da coluna no CM]
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